Anos 20

O início da história do alvinegro

A história do alvinegro iniciou com o sonho de um jovem desportista e um grupo de amigos, entusiastas do remo e do futebol, em criar um novo clube de futebol para a capital. No início do século XX, esse jovem ousado passou a propagar entre seus amigos e demais simpatizantes do futebol a ideia justamente no momento em que o futebol de Florianópolis e região apresentava-se em declínio com o desaparecimento de algumas agremiações.
Foi da determinação de Jorge Albino Ramos que nasceu o propósito de fundar o Figueirense Futebol Clube. O que não estava previsto na época é que o recém-fundado clube, mais tarde, pudesse se tornar o mais vezes campeão do estado e uma das forças do futebol brasileiro. Seu primeiro passo foi conquistar a simpatia de seus conterrâneos e igualmente admiradores do futebol, que naquela época já contava com vários clubes no País, especialmente nas capitais dos principais estados. Os primeiros parceiros, que formaram um seleto grupo, foram: Balbino Felisbino da Silva, Domingos Joaquim Veloso e João Savas Siridakis. Com dia e hora marcada para o encontro, em maio de 1921, o grupo que anteriormente se reunia para as costumeiras conversas sobre futebol, agora focava na criação do novo clube de futebol para capital. Com o cenário da Praça XV de Novembro, os bate-papos do dia a dia tinham em pauta decisões importantes como a escolha do nome para a futura agremiação, suas cores, sede, nomes e cargos da primeira diretoria. Já no início de junho, João Savas Siridakis, mais conhecido como Janga, defendia a ideia de que o clube deveria chamar-se Figueirense. Defendia tal nome porque muitos dos encontros que tratavam da criação da nova agremiação aconteciam na localidade da Figueira, famosa árvore centenária do Centro da cidade, que certamente também colaborou para a inspiração de Janga. O grupo de parceiros também definiram o dia 12 de junho como a data que marcaria a fundação da nova sociedade esportiva. Com a data da fundação definida, o próximo passo foi dado por Ulisses Carlos Tolentino, amigo dos idealizadores, que ofereceu sua residência localizada na Rua Padre Roma para a realização do tão esperado encontro que trataria dos preparativos finais para a solenidade de inauguração. Na reunião, cada um acabou ganhando uma função, que tomaria as providências necessárias para a criação da nova agremiação. O livro onde seria redigida a ata de fundação foi prontamente providenciado por Balbino Felisbino da Silva, cabendo a Jorge Ramos, Domingos Veloso e Janga convidarem os demais participantes do encontro além de, em conjunto com o anfitrião Ulisses Tolentino, estabelecer o horário das 19 horas para o início da reunião. A formação da primeira diretoria aconteceu antecipadamente, com uma reunião preparatória no dia 11 de junho, na barbearia de Jorge Ramos, então situada na esquina das ruas Pedro Ivo com Conselheiro Mafra. Foi nessa mesma reunião que aconteceu a adesão de João dos Passos Xavier ao grupo. Xavier, que após tomar conhecimento do movimento para fundação de uma equipe de futebol e das pessoas que lideravam tal intento, prontamente acolheu a ideia. O recém-chegado João dos Passos Xavier logo foi convidado pelo grupo para assumir uma posição de destaque, já que segundo decisão do grupo, o cargo de presidente estava reservado a ele. Feito o convite, a resposta foi afirmativa. Após definidas as atribuições e nomeado o futuro presidente, chega o tão esperado dia da reunião na residência de Ulisses Tolentino, que daria início à fundação do glorioso clube alvinegro. Com muita motivação e na hora marcada, por volta das 18h30min, os primeiros participantes chegavam à reunião que contou com a presença dos senhores: João dos Passos Xavier, Ulisses Carlos Tolentino, Heleodoro Ventura, Higino Ludovico da Silva, Jorge Albino Ramos, Balbino Felisbino da Silva, Domingos Felisbino da Silva, Bruno Ventura, Jorge Araújo Figueiredo, Domingos Joaquim Veloso, João Savas Siridakis, Carlito Honório Silveira da Silva, Leopoldo Silva, Raimundo Nascimento, Pedro Xavier, João S. Manoel Xavier, Alberto Moritz, Delgídio Dutra Filho, Agenor Póvoas, Joaquim Manoel Fraga, Pedro Francisco Neves e Walfredo Silva. O domingo de outono do dia 12 de junho fica então marcado na história do Figueirense pelo acontecimento da reunião que deu início à fundação da sociedade batizada de FIGUEIRENSE FOOT BALL CLUB. Coube a Jorge Albino Ramos presidir a primeira reunião, que escolheu por aclamação os seguintes nomes para compor a primeira diretoria:
  • Presidente: João dos Passos Xavier
  • Vice-Presidente: Heleodoro Ventura
  • 1º Secretário: Balbino Felisbino da Silva
  • 2º Secretário: Jorge Felisbino da Silva
  • 1º Tesoureiro: Jorge Albino Ramos
  • 2º Tesoureiro: Jorge Araújo Figueiredo
  • Orador: Trajano Margarida
  • Guarda Esporte: Higino Ludovico da Silva
Empossada a diretoria, o presidente eleito pelo grupo, João dos Passos Xavier, fez o uso da palavra, ressaltando a dedicação de Jorge Albino Ramos em liderar o movimento para a fundação do Figueirense F.C., no momento em que o futebol em Florianópolis apresentava-se em decadência com o desaparecimento do Grêmio Anita Garibaldi. Na oportunidade, agradeceu a Ulisses Carlos Tolentino por ter cedido as dependências de sua residência, enaltecendo a presença de numeroso grupo de simpatizantes.

Anos 30

Anos dourados do Alvinegro

A década de 1930 foi gloriosa para o Figueirense. Neste período, o clube de calções negros, como era conhecido, conquistou o maior número de títulos em 10 anos, vencendo todos os campeonatos que participou, consagrando-se Tri Campeão Catarinense. Nesta década, as vitórias do alvinegro faziam com que o clube ganhasse, a cada jogo, mais admiradores. E o Clube saiu na frente lançando uma campanha para alcançar 200 sócios torcedores. Nesta época presidiram o Figueirense: Domingos José da Silva, Waldomiro de Souza Campos, João Domingos da Silva, Osni Ortiga, Roberto Moritz, Charles Edgar Moritz, Antônio Apóstolo, Pedro da Silva Medeiros, Franklin Rocha e César Seára. O maior artilheiro deste período foi Carlos Moritz, carinhosamente chamado de Calico. O desportista esteve presente em todas as conquistas dessa década e vestiu por 12 anos a camisa do Alvinegro – único time em que jogou – tornando-se um dos maiores ídolos de toda a história do Clube com 94 gols.

Anos 40

O Esquadrão de Aço

A década de 1940 foi igualmente marcante na história do time alvinegro. Em 1941, o Clube tornou-se, mais uma vez, campeão de todos os certames em que participou: Torneio Início, Campeonato da Cidade e Campeonato Estadual. O Figueirense ficou conhecido como o “Esquadrão de Aço” com o time em que conquistou o Tricampeonato do Torneio Início, em 1949.

Por que Orlando Scarpelli?

Orlando Scarpelli, um homem à frente do seu tempo, apaixonado pelo time alvinegro, presidiu o Figueirense em 1944 e 1945. Durante a vigência de seu mandato fez a doação do terreno para a construção do estádio do Clube. O presente foi o cumprimento de um acordo entre Scarpelli e Aderbal Ramos da Silva, onde cada um se responsabilizaria em doar terras aos dois times da capital. O ex-governador comprometeu-se em ajudar o Avaí. Orlando Scarpelli tinha uma visão empreendedora e defendia a transformação dos clubes de futebol em empresas, e também criticava a falta de apoio da classe empresarial para o futebol. Além de garantir o terreno, o industrial empenhou-se na arrecadação de recursos para a construção da nova sede alvinegra. No ano de 1947 foram lançados os títulos patrimoniais para arrecadar recursos para o início das obras. Orlando Scarpelli recebeu do Conselho Deliberativo o título de sócio Grande Benemérito do Figueirense. Ele é a única pessoa a receber essa homenagem em toda a história do Clube, isso porque, em 1956, o presidente Thomaz Chaves Cabral introduziu ao Estatuto esse título e no ano seguinte, o extinguiu. Mesmo morando em Blumenau, Scarpelli acompanhava com frequência as obras do estádio, os jogos do alvinegro e às reuniões com diretoria. Em 1975, o empresário ajudou o Clube, mais uma vez, quando o time disputou o campeonato nacional, viabilizando melhorias no estádio e na implantação de arquibancadas metálicas. Na década de 1940 presidiram o Figueirense: João Moritz, Osni Ortiga, Thomaz Chaves Cabral, Charles Edgar Moritz, Orlando Scarpelli, Eurico Hosterno e Raul Schaefer. Os presidentes do Conselho Deliberativo foram: Armando Calil Bulos, Osvaldo Bulcão Vianna e Charles Edgar Moritz.

Anos 50

Construindo a casa do Furacão

Neste período, os recursos financeiros do Clube estavam bastante focados nas obras do Estádio Orlando Scarpelli que começaram em setembro de 1948 e se estenderam por toda a década de 1950. Em 20 de julho de 1951, o Estádio Adolfo Konder inaugurou o seu sistema de iluminação com o maior clássico da cidade. O Figueirense venceu o seu maior rival, o Avaí, com um golaço por cobertura de Bráulio, que entrou para história do Clube alvinegro. Também em 1951, o Figueirense tornou-se campeão invicto em uma série de amistosos com clubes paranaenses – o Torneio de Paranaguá – surgindo assim o apelido de Furacão. Na foto, a recepção do time que retornou do Paraná a bordo de um Douglas, da extinta empresa aérea Cruzeiro do Sul. Na década de 1950 presidiram o Figueirense: Osni Ortiga, Thomaz Chaves Cabral e Humberto Machado. O presidente do Conselho Deliberativo foi: Charles Edgar Moritz. Os maiores artilheiros neste período foram: Gil (28 gols) e Fernando (24 gols). E os jogadores que mais vestiram a camisa do Clube foram: Trilha (183 jogos) e Laudares (179 jogos).

Anos 60

Inauguração do Orlando Scarpelli

A década de 1960 começou com grande alegria para o time alvinegro. No dia 12 de junho de 1960, dia em que o clube completava 30 anos de história, foi inaugurado parcialmente o Estádio Orlando Scarpelli, com a realização de um jogo amistoso entre Figueirense e Clube Atlético Catarinense. Neste período o Figueirense já apostava nas divisões de base, e formava um bom elenco juvenil. Tanto que, em 1961, os meninos alvinegros tiveram uma ótima performance ganhando de forma invicta o campeonato da cidade. A superioridade se mantém e dois anos depois, conquistam o Tricampeonato Juvenil de Futebol. Os resquícios de dívidas financeiras de 10 anos de construção do Orlando Scarpelli prejudicaram a performance nos campeonatos da década de 1960. Mesmo assim, o Figueirense sagrou-se campeão de dois Torneios Início – 1961 e 1962 – e do Campeonato da Cidade, em 1965. Foi nos anos de 1960 que Santa Catarina teve o primeiro álbum de figurinhas só com estampas e ilustrações de clubes e atletas do estado. O objeto de colecionadores era comum entre os clubes nacionais, mas o time de 1962 do Figueirense formado por Jocely, Demi, Trilha, Bezerra, Bibe, Adão, Wilson, Ronaldo, Fernando, Sérgio e Zeca ficou marcado para sempre na história do futebol catarinense. Na década de 1960 presidiram o Figueirense: Humberto Machado, Heitor Ferrari, Rui Saquete Pacheco, Ladir Pedro Cherubini, Manoel Carlos dos Santos, Carlos Ângelo Fedrigo, Nivaldo Machado e Valdir Machado. Os presidentes do Conselho Deliberativo foram: Charles Edgar Moritz, José Leal de Meirelles, Thomaz Chaves Cabral e Humberto Machado O maior artilheiro neste período foi: Ronaldo, com 56 gols. E os jogadores que mais vestiram a camisa do Clube foram: Wilson (209 jogos) e Zezinho (140 jogos).

Anos 70

Figueirense, o mais querido

Após anos de dificuldades financeiras e muita força de vontade e determinação de todas as pessoas envolvidas com o Figueirense, entre diretoria, atletas e torcedores, o Clube consegue respirar mais aliviado e tem nos anos de 1970 uma década recheada de felicidade. Aqui, o time alvinegro se tornou o primeiro Clube catarinense a representar o Estado em âmbito nacional ao conquistar uma vaga para o Campeonato Nacional de Clubes, em 1973. Neste mesmo ano, a revista Placar, em edição especial, promoveu o concurso “O Mais Querido”, que consagrou as maiores torcidas em cada estado brasileiro. Em Santa Catarina, a publicação reconheceu a força popular da nação alvinegra. No dia 12 de junho de 1971 o Figueirense estava em festa para comemorar o seu cinquentenário. Em baile comemorativo, o presidente do Clube, José Nilton Szpoganicz, recebeu um ilustre convidado, o jogador Pelé que veio a Florianópolis para prestigiar os 50 anos do time catarinense. O jogo comemorativo do cinquentenário do Figueirense foi contra o Hercílio Luz de Tubarão, e fazia parte da rodada do Campeonato Catarinense de 1971. O fato curioso é que a partida não terminou e foi paralisada aos 43 minutos do 1º tempo com o placar de 1 a 1, por falta de segurança, alegado pelo árbitro da partida, David Kadel. Sentindo-se prejudicado, o Figueirense protestou junto à Federação Catarinense de Futebol. O tribunal de Justiça Desportiva acatou o pedido do Alvinegro e decidiu punir o técnico alvinegro com uma suspensão por 100 dias, anular a partida e marcar um novo confronto. O público feminino no Estádio Orlando Scarpelli foi destaque na Edição Nacional 75, revista lançada pelo Figueirense para comemorar um ano cheio de glórias e a melhor campanha de um time de Santa Catarina. Na matéria dizia: “Atrair as mulheres para os estádios não foi tarefa fácil em Florianópolis. O Figueirense conseguiu fazê-lo ao quebrar uma antiga imagem, falsa, que existia sobre os estádios. Hoje, sua torcida feminina é grande e entusiasmada.” Na década de 1970 presidiram o Figueirense: José Nilton Szpoganicz, José Mauro da Costa Ortiga, Valdir Vieira, Fernando Viegas e Luiz Carlos Bezerra. Os presidentes do Conselho Deliberativo foram: Procópio Dario Ouriques, Heitor Ferrari e Fernando Brügmann Viegas de Amorim O maior artilheiro neste período foi: Marcos Cavalo, com 57 gols. E os jogadores que mais vestiram a camisa do Clube foram: Pinga (483 jogos) e Casagrande (430 jogos).

Anos 80

A Revelação de atletas

Passadas as alegrias que o Figueirense viveu na década passada, a de 1980 foi um pouco penosa para o alvinegro. Mesmo sem conquistar título, o Clube conseguiu uma posição de destaque nacional como um grande revelador de atletas, característica que permanece até os dias atuais. Com a preocupação no desenvolvimento dos jogadores das categorias de base, o Figueirense viu a riqueza que tinha e o retorno financeiro e futebolístico que os meninos poderiam trazer ao Clube. Neste período, os juniores passam a ter uma atenção e um profissionalismo maior da diretoria. Na década de 1980, atletas como Valdo, Gersinho, Sérgio Gil, Alaércio, Daniel Frasson e Agnaldo foram, e ainda são, motivos de orgulho para o Figueirense. Também foi nesta época que o Figueirense conquistou duas importantíssimas taças que marcou sua história cheia de glórias: a Taça Mané Garrincha, em 1983, e a Taça José Leal de Meirelles, em 1985. Na década de 1980 presidiram o Figueirense: Luiz Carlos Bezerra, Nestor Lodetti, Sadi Lima, Odorico Duriex, Luiz Nápoli, Maurli Vitorino e Orival Meira. Os presidentes do Conselho Deliberativo foram: Fernando Brügmann Viegas de Amorim, Júlio Cesar Gonçalves, Antônio Henrique Bulcão Vianna, Sadi Lima e Gilberto de Oliveira Moritz. A maior estrela deste período foi o atacante Albeneir Marques Pereira, que marcou 93 gols vestindo a camisa do furacão. O jogador chegou ao Clube em 1981 e entre idas para outros clubes e retornos ao Figueirense foram sete anos. O gigante Albeneir está na lista dos maiores artilheiros da história do Clube. Os jogadores que mais jogaram pelo Figueirense foram: Peçanha (304 jogos), Vanusa (218 jogos) e Almir (217 jogos).

Anos 90

Primeiro título internacional

Os anos 1990 foram marcados por importantes conquistas do Furacão alvinegro, entre elas, em 1994 com o fim do jejum de 20 anos sem conquistar o Campeonato Catarinense, o primeiro título internacional na Copa MERCOSUL, em 1995 e a Copa Santa Catarina, em 1990 e 1996. Em 1994, após um longo jejum de 20 anos sem conquistar o Campeonato Catarinense – o último foi em 1974 – o Furacão desencanta, levando o título contra o Criciúma. A primeira partida da final foi na casa do adversário e o alvinegro venceu por 1 a 0, mostrando toda a sua garra e condição de levar o título. Na semana seguinte, no dia 18 de dezembro, o Orlando Scarpelli estava em festa. O Figueirense vencia por 2 x 0 e a torcida alvinegra, sedenta pelo demorado título, não se aguenta e invade o campo quando ainda faltavam 13 minutos para o fim da partida. Quando o árbitro da partida, Dalmo Bozzano percebeu já não havia mais redes e nem traves, tendo que encerrar o jogo, passando a responsabilidade de decisão à Justiça Desportiva, que mais tarde confirmou o Figueirense como Campeão Catarinense de 1994. Já em 1996 estava previsto no regulamento do Campeonato Catarinense que o ganhador do título disputaria, em casa, com o campeão da Copa Santa Catarina. Foi então que, em 22 de dezembro de 1996, o Figueirense foi a Chapecó e venceu o Verdão do Oeste por 4 a 1, conquistando o título de Super Campeão de Santa Catarina. Na década de 1990, o Figueirense tinha pelo menos quinze torcidas organizadas, algumas atuantes até hoje. São elas: Gaviões Alvinegros, Torcida jovem, Pirataria Alvinegra, Camisa Doze, Bob Gueira, Fúria Alvinegra, Charanga do Paulinho, Dragões Alvinegros, Águia Cor da Raça, Força Alvinegra, Gang Alvinegra, Torcida Feminina, Torcida Mirim, Figuei Net, Furacão Alvinegro. O 10º título catarinense foi conquistado nos anos 90 em uma campanha exemplar do Figueirense, vencendo na final o Avaí por 2×1. Ao longo de 38 partidas, o alvinegro conquistou 23 vitórias, 10 empates e apenas 5 derrotas, totalizando quase 70% de aproveitamento. Foram 88 gols marcados e 45 sofridos, o que deixou a equipe com um saldo positivo de 43 gols, sendo que, mais da metade deles foram marcados pelo centroavante Genilson, artilheiro da competição com 26 gols marcados. Na década de 1990 presidiram o Figueirense: Miroel Wolowjki, Reinaldo Kluger, Gercino Corrêa da Costa Filho, Milton Zanini, Aroldo Pacheco dos Reis, Alcides de Assunção Tavares, Edson Silva, José Carlos da Silva e Paulo Sérgio Prisco Paraíso. Os presidentes do Conselho Deliberativo foram: Gilberto de Oliveira Moritz, Alcides de Assunção Tavares, Antônio Fernando Barreto Miranda, Luiz Fernando Philippi e Nestor Lodetti. O maior artilheiro do Figueirense na Década de 1990 foi Aldrovani com 62 gols. Ele também foi um dos jogadores que mais entrou em campo vestindo a camisa do furacão, 105 vezes. Gilmar Serafim jogou pelo alvinegro 259 partidas.

Anos 00

O segundo tricampeonato catarinense e o retorno à elite nacional

A virada do século foi grandiosa para o Figueirense. Começava agora uma era de importantes contratações, profissionalismo e conquista de títulos. A década de 2000 foi marcada pelo segundo Tricampeonato Catarinense – 2002, 2003 e 2004 – um espetacular resultado que não acontecia desde os anos dourados na década de 30. Além de levar três títulos seguidos, o Furacão agarrou com unhas, dentes e competência os estaduais de 2006 e 2008, assumindo com muita honra o título de mais vezes campeão de Santa Catarina, totalizando 15 competições. Nomes de peso mostraram a sua qualidade como técnico de futebol, em gramados alvinegros, entre eles Muricy Ramalho (2002), Dorival Junior (2003/2004), Adilson Batista (2005/2006), Mário Sérgio (2007), Márcio Goiano (2010). Neste período, atletas como Abimael, André Santos, Chicão, Clebão, Cleiton Xavier, Edmundo, Evair, Fernandes, Márcio Goiano, Marquinhos Paraná, Michel Bastos, Rodrigo Souto, Sérgio Manoel, Wilson, entre tantos outros ficarão para sempre na memória da torcida alvinegra. Nesta mesma década, o Scarpelli foi palco de dois amistosos da Seleção Olímpica Brasileira (sub 23), contra Trinidad Tobago e Chile, e também realizou o I Encontro de ex-atletas do Figueirense, que vestiram a camisa do alvinegro nas décadas de 1930, 1940 e 1950. Fora das disputas na elite do futebol nacional desde 1979, o Figueirense em apenas 3 anos conquistou uma meteórica e vitoriosa ascensão ao grupo especial do Brasileiro. A classificação na Copa João Havelange, em 2000, deu ao Figueirense o direito de disputar o Campeonato Brasileiro na série B, durante a temporada de 2001, quando conquistou o vice-campeonato, com o gol histórico do Abimael, e o tão sonhado acesso à série A. Em 2002, O Figueirense conquistou todos os títulos estaduais, em todas as categorias. Fora de campo, o Clube conquistou o troféu Top of Mind, como a marca de clube de futebol mais lembrada em Santa Catarina. O Orlando Scarpelli ganhou o título de Caldeirão do Brasil, dado pela revista Placar por seu grande índice de torcedores no Campeonato Brasileiro da Série A, com uma média de 49%. Confirmando a boa fase técnica do alvinegro, o time conquistou ainda o Bicampeonato em cima do Caxias, de Joinville, e o tricampeonato estadual, em jogo único contra o Guarani, de Palhoça. Em 2005, o Orlando Scarpelli passou por diversas melhorias, entre elas, o reforço da estrutura física, principalmente nos setores onde fica concentrada a maior parte do público, reforma em banheiros, troca de alambrados, reformas nas cabines de imprensa, ampliação do e a colocação de cadeiras em todos os setores do estádio. Com a casa organizada e com mais segurança, a capacidade total ficou em 19.584 torcedores. Também em 2005, o Figueirense fez uma grande contratação para o Clube e o futebol catarinense. O atacante Edmundo, o Animal, chegou para reforçar o time durante o Campeonato Brasileiro da série A e além de ajudar o Furacão, o atleta conseguiu recuperar o seu prestígio como jogador, consagrando-se um dos maiores artilheiros do Figueirense em campeonatos nacionais, com 15 gols oficiais. O time comandado pelo técnico Adilson Batista, em 2006, ficará para sempre na memória da torcida. Neste ano, o clube ganhou mais uma vez o Campeonato Catarinense e obteve a sua melhor performance na série A do Brasileirão, ficando na 7ª posição e conquistando uma vaga para a Copa Sul-Americana, no ano seguinte. O Figueirense foi campeão invicto do primeiro turno do Campeonato Catarinense de 2008, levantando a taça de campeão na casa do adversário Criciúma. O Campeonato Catarinense de 2008 foi o sexto título do alvinegro nos últimos nove anos da competição.

Juniores Alvinegros campeões

Coroando um trabalho de profissionalismo e dedicação aos jovens talentos das categorias de base, o time de juniores de 2008 vence a 39ª Copa São Paulo de Juniores – categoria sub-19. Em disputas acirradas contra adversários fortes, como São Paulo e Palmeiras, a final da competição foi com o Rio Brando (SP). Os meninos alvinegros, comandados pelo técnico Rogério Micalle, venceram por 2 a 0 e foram recebidos com uma grande festa em Florianópolis. No final de 2008, o Figueirense não conseguiu aguentar a superioridade dos times adversários na elite do Campeonato Brasileiro e foi rebaixado à série B. Era o fim de sete anos entre os melhores clubes do país. Presidiram o Figueirense na década de 2000: Paulo Sérgio Prisco Paraíso, Norton Flores Boppré. Os presidentes do Conselho Deliberativo foram: Júlio Cesar Gonçalves, Nestor Lodetti e Valmir Pires. Fernandes foi o atleta que mais marcou nesta década, seguido por Cleiton Xavier com 26 e Cícero com 24 gols.

Anos 10

A história continua…

O Furacão do Estreito começou com o pé direito a nova década. Após não ter conseguido o acesso à elite do futebol nacional, em 2009, terminando a competição na 6ª colocação, em 2010, o Clube ganha um novo gás e faz uma campanha vitoriosa na Série B. Além de conseguir o acesso à série A, o Figueira consagra-se Vice-Campeão da série B, pela segunda vez. No sábado do dia 27 de novembro de 2010, o Orlando Scarpelli se transformou em um verdadeiro salão de festas para a torcida alvinegra. Era o último jogo da rodada do Campeonato Brasileiro, na série B contra o Paraná (Curitiba). Famílias inteiras, homens, mulheres e crianças vestiram as cores do Clube e fizeram uma bonita homenagem ao Figueirense. Em 2011, toda a campanha para o acesso à série A foi registrado no filme: O Furacão Voltou. O vídeo é um marco para a história do Clube e remonta um dos capítulos mais emocionantes da história do Figueirense, com uma retrospectiva de todos os gols, depoimentos da diretoria, jogadores e torcedores, e cenas exclusivas dos bastidores dessa grande conquista. O maior artilheiro da história do Alvinegro é um atleta respeitado por todos, inclusive pelas torcidas e jogadores de outros clubes. Vestindo a camisa do Figueirense por 11 anos, Rodrigo Fernandes Valete, ídolo do Clube, pode ser considerado um verdadeiro talismã. Atleta dedicado, exemplo de perseverança, simplicidade e de muito carisma, Fernandes alcançou em um domingo, no dia 20 de fevereiro de 2011, a maior conquista da sua carreira profissional ao marcar o centésimo gol vestindo a camisa do Furacão. Na partida decisiva contra o Joinville, que valia uma vaga na final do primeiro turno do Campeonato Catarinense, a expectativa de quase 10 mil torcedores dentro do Orlando Scarpelli era grande. A glória chegou aos 14 minutos do 1º tempo, deixando a torcida em êxtase na comemoração dessa marca histórica. E para completar a alegria, aos 30 minutos do 2º tempo, Fernandes marcou o gol de número 101 da sua história, orgulhando, ainda mais a nação alvinegra. Fernandes, que jogou mais de 300 partidas pelo Furacão, foi presenteado com uma faixa de 15 metros de altura com a mensagem Fernandes não é 10 é 100 e foi homenageado pela Diretoria, Conselheiros e Funcionários com uma placa alusiva à conquista. O jogador assume o posto de maior artilheiro do Figueirense, seguido por Calico com 94 gols e Albeneir com 93. Em 2012, o Figueirense apostou em novos atletas, conquistando o vice-campeonato contra o Avaí. Mais tarde, acabou sendo rebaixado para a segunda divisão no Campeonato Brasileiro. Mas, em 2013, teve um começo favorável na série B, com oscilações no decorrer do ano. Após uma derrota de 1x 0 para o Icasa, na 32ª rodada do Brasileirão, no momento em que o Figueirense tinha apenas 1% de chance de alcançar o acesso, aconteceu o grande clássico, onde o Furacão marcou um placar histórico de 4×0, derrotando seu maior rival, o Avaí, em pleno estádio da ressacada no dia 03 de novembro de 2013. A partir dessa partida, o alvinegro se reergueu com uma sequência de sucesso que trouxe a vitória e o acesso à elite do futebol nacional. No ano seguinte, o Figueirense abriu a temporada 2014 disputando o Campeonato Catarinense, no qual conquistou o título estadual pela 16ª vez em sua história, tornando-se um dos maiores vencedores dessa competição. Neste mesmo ano, o alvinegro se manteve na elite do futebol nacional. Em 2015, o alvinegro conquistou o bicampeonato catarinense, sendo este o seu 17º título estadual, e disputando mais uma vez a Série A do Campeonato Brasileiro, o Furacão se manteve entre os maiores clubes do país, garantindo uma vaga na disputa da Copa Sulamericana do ano seguinte. Já em 2016, o Figueirense não conseguiu repetir a campanha do ano anterior, descendo para a Série B do Campeonato Brasileiro, onde se manteve nos anos de 2017, e 2018, quando conquistou em Chapecó, o seu 18º título de Campeão Catarinense. Em 2019, o Figueirense venceu o Brusque por 1×0, no Scarpelli, e conquistou a primeira edição da Recopa Catarinense. Naquele ano, com muita luta, o alvinegro conseguiu se manter na Série B do Campeonato Brasileiro. Em 2020, passando por uma grave crise, agravada pela pandemia da Covid-19, o Figueirense acabou caindo para a Série C do Campeonato Brasileiro. 2021 foi o ano do Centenário do Figueirense Futebol Clube. As comemorações foram emocionantes, mas com muitas restrições, em decorrência dos protocolos sanitários impostos pela pandemia da Covid-19. Ainda em 2021, o alvinegro conquistou a Copa Santa Catarina, e buscando se recuperar financeiramente, com o objetivo de retomar o seu espaço entre as grandes forças do futebol brasileiro, se tornou o primeiro clube do país a buscar e ter homologado o seu pedido de Recuperação Extrajudicial, criando na sequência, já no fim do ano, a sua SAF, sociedade que nasceu com o propósito de gerir as atividades de futebol do time do povo de Santa Catarina. Em 2022, já com o seu futebol gerido pela FFC SAF, o alvinegro iniciou o ano dando a volta olímpica na casa do rival, ao derrotar o Avaí por 3×1, conquistando pela segunda vez a Recopa Catarinense. A história continua…

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