8.264 km em menos de nove dias. O caminho que será percorrido, no total, pelo Figueirense para jogar, na Copa do Brasil e pelo Catarinense, equivalerá à distância entre Santa Catarina e Portugal, no continente europeu. Com a pesada rotina, o elenco se reapresentou na manhã de hoje (18), no Orlando Scarpelli, após chegar de madrugada, no domingo (17), de Chapecó, onde empatou com a Chapecoense e garantiu a liderança do estadual.

Em função da chuva, todo os atletas participaram de um treino regenerativo na sala de aquecimento do estádio. Os que não atuaram, no final de semana, seguiram para uma atividade tática no campo da F10 Arena, próxima ao estádio. Previamente, a comissão técnica fez o monitoramento do desgaste de cada jogador para evitar possíveis lesões no início da temporada.

O técnico Hemerson Maria, que considera a alternância de peças no planejamento para cada jogo, avalia a situação do elenco para definir a escalação do time para o próximo confronto, válido pela segunda fase da Copa do Brasil, contra o Luverdense, nesta quarta-feira (20), em Lucas do Rio Verde, cidade que fica a 4 horas (337 km) de Cuiabá (MT).

Ao viajar após o almoço, o Figueirense ficará concentrado na capital de Mato Grosso, onde treinará na manhã desta terça-feira (19). No final do dia, seguirá para a cidade de Sorriso, que servirá de base intermediária antes de seguir para o estádio Passos das Emas, local da disputa.

Na entrevista coletiva, o goleiro Denis ressaltou a intensa rotina gerada ao clube e o alto desgaste do deslocamento, que inclui trechos de avião e ônibus.

“Lógico que a equipe já está um pouco cansada, é normal a gente ter essas maratonas de viagens, mas essa para Lucas do Rio Verde pegou todo mundo de surpresa. A gente veio de viagem para o Rio de Janeiro e Chapecó. Estava tudo marcado para a gente jogar contra o Marcílio (Dias) no meio de semana e, de uma hora para outra, mudaram tudo”, disse, que analisar a definição gerada pela CBF em função da programação da televisão.

“Às vezes eles não entendem que viajar com trinta, quarenta pessoas, é uma logística totalmente complicada para se fazer. Não é lugar fácil de se chegar. É bem longe, bem cansativo, mas a gente tem que superar todas essas coisas, superar as viagens para que a gente possa fazer um grande jogo. Esse é o maior pensamento nosso”, completou.

Força do elenco

Sobre as variação, Denis valoriza a estratégia adotada pelo técnico alvinegro.

“Isso (rodízio) mostra que o Hemerson confia muito no nosso grupo. Não são só os 11, que entram jogando, que são os titulares. Tanto que ele, em dois ou três jogos, já mudou sete jogadores e a equipe correspondeu da mesma forma. Ele treina todo mundo da mesma maneira, passa as mesmas coisas para todos, então, independente de quem entra ou quem sai, já sabe o que tem de fazer, onde se posicionar”, explicou, ao citar a evolução gradativa de cada setor.

Na superação da maratona de jogos, o goleiro mostra que o aprendizado conquistado, ao longo da carreira, gera uma bagagem positiva em momentos decisivos.

“O segredo é você se cuidar o máximo possível e se alimentar bem. E o sono é o principal. Quando você conseguir deitar, descansar e dormir, isso é o que vai fazer você descansar bem. As pessoas falam que a gente viaja bastante, vive viajando dentro de avião e em ônibus, mas não é a mesma coisa. Não é o mesmo sono, você dormir não consegue dormir direito e descansar”, relatou.

Sobre a importância dos jogadores mais experientes em um grupo jovem, com média de idade inferior a 23 anos, Denis ressaltou a integração do plantel.

“É uma faixa etária bem baixa, mas os mais velhos ensinam os mais jovens e vice-versa. A gente vai conversando, passando alguma coisa para eles, e vai aprendendo todo dia também. É uma equipe jovem que tem muito a melhorar, tem muito a crescer, mas que está fazendo um grande começo de ano”, concluiu.

Foto: Guilherme Brazalle / Figueirense