O analista de desempenho da equipe profissional do Figueirense, Enory Martins, foi convocado, na última terça-feira (08), para fazer parte da comissão técnica da seleção brasileira Sub-17 durante a semana de preparação na Granja Comary, em Teresópolis, na região Serrana do Rio de Janeiro, que ocorrerá entre os dias 13 e 20 de janeiro. Ao exaltar o apoio do Furacão na sua formação, Enory afirma que a convocação é “um sonho realizado” e o conhecimento adquirido, na CBF, será usado para ampliar a excelência do trabalho desenvolvido pelo Alvinegro na base e no profissional.
Com uma história de vida ligada ao Furacão, Enory não começou sua trajetória profissional diretamente no futebol. Com passagens por setores como o Memorial, ele trilhou um longo caminho até receber uma oportunidade na área de gestão de dados do futebol profissional. Apaixonado pelo clube, o analista conversou com a equipe do site oficial e contou mais detalhes da nova conquista.
Qual foi o seu sentimento ao receber a convocação?
R: Sempre foi um sonho vestir a amarelinha, ainda mais representando o Figueirense. É um sentimento inexplicável, pois era um objetivo para a carreira chegar à seleção e, hoje, esse sonho virou realidade. Como no clube, vou trabalhar duro para fazer valer essa grande oportunidade.
O que você espera da experiência na seleção? E como pretende utilizá-la no Figueirense?
R: Desde que saiu a convocação, eu intensifiquei o diálogo com a comissão do Sub-17 e já trouxe para o Figueirense alguns métodos que serão utilizados pela CBF. Hoje em dia, a grande maioria dos times possui analistas de desempenho. No Campeonato Catarinense, por exemplo, esse índice chega a 80%. Esses profissionais dissecam todos os pontes fortes e fracos dos adversários e, cada vez mais, os pequenos detalhes fazem a diferença.
Enory, sabemos que o seu início, no Figueirense, não foi direto na comissão técnica do categoria profissional. Como foi a evolução da sua carreira?
R: Sou natural de Florianópolis e torcedor do Figueirense. Sempre muito apaixonado por futebol e tinha o sonho de jogar no time do coração. Infelizmente, não tive a qualidade para me tornar um jogador profissional, mas a vontade de estar próximo continuou. Passei a almejar, então, trabalhar no clube, independente do setor.
Surgiu uma vaga para trabalhar no Memorial, em 2011. Como já conhecia a história do Alvinegro, foi a chance de poder me aprofundar ainda mais. Após dois anos, surgiu uma oportunidade no Departamento de Futebol para auxiliar na supervisão da base. Após alguns meses, já estava auxiliando também o profissional.
Em agosto de 2013, depois de uma partida contra o Joinville na série B, onde ocorreram várias polêmicas de arbitragem, precisavam de alguém para editar os lances da partida e o analista de desempenho da época estava viajando. Me coloquei à disposição. Na época, gostaram bastante do material e passei um período em treinamento com o analista do profissional. Já no meu primeiro ano, conseguimos o acesso à Série A e, no ano seguinte, a conquista do Campeonato Catarinense.
O dia a dia do futebol é uma importante escola, mas quais os cursos de especialização que são fundamentais para um analista de desempenho? De quais você participou?
R: São muitos cursos que capacitam o profissional na análise de desempenho. Atualmente, o mais reconhecido, no país, é o disponibilizado pela CBF Academy, onde fiz parte da primeira turma, em 2016. Participei também de alguns treinamentos da Quest e da Universidade do Futebol, além do Módulo de Análise de Desempenho da FCB Universitas, que tem a chancela do Barcelona.
A partir do WhatsApp, participo de um grupo que reúne analistas de todas as localidades e divisões, incluindo profissionais que estão no exterior. O diálogo é importante para a troca de ideias e discussões sobre futebol. Entretanto, é bom ressaltar que a vivência e, principalmente, as discussões com os diversos treinadores que já passaram pelo Figueirense agregaram muito para o meu crescimento profissional, incluindo o atual: Hemerson Maria.
Sobre a preparação do Figueirense para o Catarinense, como você avalia a pré-temporada?
R: Os trabalhos estão deixando todos muito entusiasmados, tanto atletas, quanto comissão técnica, que tem também uma equipe fixa muito capacitada. A chegada do Hemerson Maria, acompanhado do Emerson Nunes e do Alexandre Souza, só veio para agregar à instituição.
Todos os jogadores têm dado o máximo durante os intensos treinos da pré-temporada. Os preparadores (físicos, Alexandre Souza e Betinho Cabral) vêm aprimorando a parte preparação dos atletas e, atualmente, temos como mensurar diversos dados graças ao apoio da Fisiologia, chefiada pelo Almir Schmitt.
Todo o grupo de futebol do Figueirense está trabalhando intensamente para aprimorar os quesitos técnicos, táticos e físicos para alcançar os melhores resultados em 2019.