A todos os torcedores do Figueirense, associados, imprensa e demais interessados.
A diretoria administrativa do Figueirense, com imensa satisfação, informa que, na data de hoje, aproximadamente às 19h00, o Plano de Recuperação Extrajudicial do Figueirense Futebol Clube e da Figueirense Futebol Clube Ltda. foi homologado pelo Juízo da Vara Regional de Recuperações Judiciais, Falências e Concordatas da Comarca de Florianópolis/SC.
No ano do seu centenário, o Figueirense dá demonstrações de que o trabalho sério dá resultados e de que está pronto para as próximas batalhas.
É o desfecho exitoso de um projeto que começou ainda em meados de 2020, quando a diretoria do Figueirense contratou a Alvarez & Marsal, consultoria de reputação internacional, para realizar um diagnóstico da situação financeira do clube. A partir daí, foram meses de constantes interações, reuniões, revisões de contratos e auditorias. Graças ao trabalho desenvolvido neste período inicial, a diretoria pôde compreender a exata situação financeira do Figueirense, o que era absolutamente imprescindível para que pudesse programar os passos seguintes. Era a primeira etapa do projeto de restruturação do clube.
De acordo com Leonardo Coelho, sócio-diretor da consultoria Alvarez & Marsal: “Iniciamos o projeto de soerguimento do Figueirense há pouco mais de um ano. A primeira fase do projeto foi um diagnóstico da situação financeira do clube, em seguida desenhamos cenários junto aos executivos e um plano de ação de como iríamos tratar a geração operacional de caixa e as alternativas para a equalização do alto endividamento encontrado. Foram considerados diferentes cenários: acesso a Série A, permanência na Série B e a queda do Clube para a Série C, o que possibilitou uma rápida readequação dos custos e despesas quando a projeção virou uma realidade para o Figueirense.”
No entanto, a política de austeridade se revelou insuficiente para equilibrar as contas. Associada a ela, foi necessário tirar do papel um audacioso projeto que permitisse ao Figueirense se valer de instrumentos jurídicos para estancar a sangria representada por penhoras e bloqueios quase que diários. Juntou-se ao time de trabalho a equipe do escritório de advocacia Galdino & Coelho, com vasta experiência em processos de restruturação de dívidas.
Mesmo com todas as dificuldades impostas por uma situação financeira caótica e pela pandemia da covid-19, o Figueirense conseguiu preparar e ajuizar uma medida cautelar em março deste ano. Com isso, foi determinada a suspensão da exigibilidade das dívidas cíveis e trabalhistas, o que proporcionou o fôlego necessário para que o projeto de restruturação pudesse continuar.
Em maio, foi apresentado pedido de recuperação extrajudicial e a sua versão preliminar, já contando com a adesão de credores titulares de pelo menos um terço dos créditos submetidos ao procedimento, em cada uma das classes. Graças a esta medida, o Figueirense conseguiu prazo adicional de suspensão da exigibilidade das dívidas para negociar com os demais credores, tendo apresentado versão definitiva do Plano de Recuperação e atingido o quórum de credores que representavam mais da metade dos créditos em cada classe, em 30 de julho deste ano.
A partir daí o processo seguiu seus trâmites naturais, com intimação dos credores, apresentação de impugnações, análises do Administrador Judicial nomeado pelo Juízo, até que enfim chegasse o momento da homologação do Plano, o que felizmente ocorreu no dia de hoje, 17 de dezembro de 2021.
O principal efeito da homologação do Plano de Recuperação do Figueirense é equacionar a sua dívida junto aos credores trabalhistas e cíveis. Todos os credores do Figueirense, mesmo os que não aderiram expressamente ao Plano ou com ele não concordaram por qualquer razão, ficam submetidos às suas regras, prazos e formas de pagamento. Do ponto de vista prático, a dívida que tinha exigibilidade imediata agora será paga em condições diferenciadas. Após um ano de carência, haverá um alongamento dos prazos de pagamento – 10 anos para as dívidas trabalhistas e 15 anos para as dívidas cíveis.
O equacionamento da dívida e a maior previsibilidade do fluxo de caixa fazem com que o Figueirense, hoje, seja um clube mais bem preparado para enfrentar os desafios que estão por vir.
Nas palavras do Dr. Filipe Guimarães, sócio do escritório de advocacia que está à frente do caso: “A recuperação do Figueirense é inegavelmente um caso de sucesso. Não apenas por ser a primeira recuperação extrajudicial envolvendo um clube de futebol no Brasil, mas porque a diretoria teve a sabedoria de aliar coragem e prudência na tomada de decisões. Ao fazer uso de novos instrumentos legais previstos na Lei nº 14.112/2021, o clube conseguiu alongar uma dívida que sufocava a operação no dia a dia. Mais importante do que o desfecho do processo em si é compreender a recuperação extrajudicial como etapa de um projeto muito maior, que é conferir estabilidade às finanças do clube e criar um ambiente de segurança para novas parcerias e investimentos.”
O Presidente Norton Flores Boppré sintetizou o sentimento da diretoria do Figueirense: “A restruturação do endividamento é uma questão sensível para os clubes de futebol do país. O Figueirense saiu na frente e mostrou novamente seu pioneirismo, que está no seu DNA. Outros clubes irão precisar readequar sua estrutura de capital e o Figueirense mostrou que é possível. Foi um trabalho sério, correto e agora colhe seus primeiros frutos. Estamos prontos e animados para os próximos desafios. Nossa meta é recolocar o Figueirense entre as principais forças do futebol brasileiro e a partir daí alçar voos ainda maiores. Queremos entregar ao torcedor um clube financeiramente equilibrado e um time competitivo. Não tenho dúvidas de que ainda há muito a percorrer, mas estamos no caminho certo.”
O projeto foi estruturado e conduzido de maneira séria, transparente e democrática. Neste contexto, é importante registrar a importância do trabalho desenvolvido também pelos colaboradores do Figueirense, incansáveis na busca pelo melhor resultado e que, com muito sacrifício, ajudaram o clube no seu momento mais difícil, numa verdadeira prova de amor ao clube.
Rumo aos novos desafios! Vida longa ao Figueirense!
Se no passado recente tínhamos vergonha dos dirigentes que se apropriaram do clube para destrui-lo é se locupletarem de seu patrimônio, arrasando aquilo que foi conquistado com muita luta, hoje temos orgulho de dizer que o clube protegido pelos verdadeiros alvinegros que certamente conduzirão suas cores aos melhores dias. Brava gente alvinegra!
O primeiro passo da recuperacao chegou, agora e seguir os proximos passos para colocar o Figueirense de volta a serie A. E o que todos nos queremos. Parabens a diretoria pelos seus esforcos, Wilfredo, Lodetti e Elephant, nunca mais.